Dissertação/Tese DINÂMICA NUTRICIONAL E FERTILIZAÇÃO DE POVOAMENTOS DE EUCALIPTO - PPGCF

O manejo nutricional em florestas de eucalipto requer a quantificação dos nutrientes existentes no solo e a exportada no final do ciclo, com a colheita, estimando a demanda nutricional e identificando a eventual necessidade ou não da aplicação de fertilizantes. Entretanto, informações sobre a época e a quantidade de fertilizantes para atender a demanda do eucalipto ainda são incipientes. Desta forma, o trabalho teve como objetivo estimar a demanda nutricional de uma rotação de eucalipto, visando estudar a dinâmica dos nutrientes no sistema solo-planta e avaliar o balanço nutricional ao final do ciclo de sete anos. Foram levantados dados da literatura referentes à produção de biomassa e quantidade de N, P, K, Ca, Mg e S dos componentes do eucalipto (folha, galho, casca, lenho, raiz) e serapilheira (acumulada no piso florestal e produzida anualmente), semestralmente, de 6 a 84 meses de idade. A partir das estimativas foi realizado um estudo do comportamento de biomassa, teor e quantidade de nutrientes dos componentes e da serapilheira, além do coeficiente de utilização biológica dos nutrientes. Foi quantificado o aporte de nutrientes via solo e a decomposição da serapilheira. Em seguida, foi realizado o balanço nutricional, considerando as entradas e saídas de nutrientes, além de diversas taxas de recuperação mencionadas na literatura. Observou-se que o eucalipto apresentou uma dinâmica no acúmulo de biomassa e quantidade de nutrientes nos seus componentes em razão das diferentes fases nutricionais da cultura. Primeiramente, ocorreu uma grande produção de biomassa de raiz e folhas. Com o avanço da idade e o tocar de copas houve uma redistribuição dos nutrientes para os outros componentes da árvore, com um maior enfoque à produção do tronco. A serapilheira, pelo processo de decomposição, disponibilizou de maneira crescente os nutrientes ao eucalipto ao longo do ciclo de cultivo, sendo fundamental para a manutenção nutricional das florestas. De modo semelhante, a permanência dos resíduos da cultura na área contribuíram para uma menor exportação de nutrientes e redução no custo de manutenção da fertilidade. Cada nutriente avaliado apresentou suas particularidades no solo, refletindo em diferentes disponibilidades e taxas de recuperação pela planta. As diferentes fases nutricionais e os fatores edafoclimáticos interferiram na absorção do nutriente. Desta forma, padronizar um valor de recuperação do nutriente pode acarretar erros na estimativa da quantidade requerida no solo e na recomendação de adubação levando a doses excessivas ou subestimadas, podendo onerar os custos nos programas de fertilização com a aquisição dos insumos ou não atendendo à demanda do eucalipto, respectivamente.

Nutritional management in eucalyptus forests requires the quantification of nutrients existing in the soil and those exported at the end of the cycle, with the harvest, estimating the nutritional demand and identifying the possible need or not for the application of fertilizers. However, information about the time and quantity of fertilizers to meet the demand for eucalyptus is still incipient. Thus, the work aimed to estimate the nutritional demand of an eucalyptus rotation, aiming to study the dynamics of nutrients in the soil-plant system and evaluate the nutritional balance at the end of the seven-year cycle. Literature data were collected regarding biomass production and the amount of N, P, K, Ca, Mg and S of eucalyptus components (leaf, branch, bark, wood, root) and litter (accumulated on the forest floor and produced annually) every six months, from 6 to 84 months of age. Based on the estimates, a study of the biomass behavior, content and quantity of nutrients of the components and litter was carried out, in addition to the coefficient of biological use of the nutrients. Nutrient input via soil and litter decomposition were quantified. Then, the nutritional balance was performed, considering nutrient inputs and outputs, in addition to the various recovery rates mentioned in the literature. It was observed that eucalyptus presented a dynamic in the accumulation of biomass and amount of nutrients in its components due to the different nutritional phases of the crop. First, there was a large production of root and leaf biomass. With the advancement of age and the touching of crowns there was a redistribution of nutrients to the other components of the tree, with a greater focus on the production of the trunk. Litter, due to the decomposition process, made nutrients increasingly available to eucalyptus throughout the growing cycle, being essential for the nutritional maintenance of forests. Similarly, the permanence of crop residues in the area contributed to less export of nutrients and a reduction in the cost of maintaining fertility. Each nutrient evaluated presented its particularities in the soil, reflecting in different availability and recovery rates by the plant. The different nutritional phases and the edaphoclimatic factors interfered with the absorption of the nutrient. Thus, standardizing a nutrient recovery value can lead to errors in estimating the amount required in the soil and in the fertilization recommendation, leading to excessive or underestimated doses, which may increase costs in fertilization programs with the acquisition of inputs or not meeting demand eucalyptus, respectively.