Dissertação/Tese RESTAURAÇÃO FLORESTAL EM ÁREA DE PASTAGEM NO DOMÍNIO DA MATA ATLÂNTICA. - PPGCF

Os estudos sobre a restauração florestal de áreas degradadas no bioma Mata Atlântica têm se intensificado nas últimas décadas. No entanto, muitas técnicas alternativas, de baixo custo e impacto ambiental ainda não foram elucidadas, principalmente quando se trata de áreas sob incidência de espécies exóticas agressivas. O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial de diferentes técnicas de restauração florestal, em uma área de pastagem inserida em área prioritária para a conservação, na Zona de Amortecimento da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço. Estudamos o efeito do uso de diferentes adubações de plantio em espécies nativas da Mata Atlântica. Investigamos se as diferentes adubações influenciaram na expressão da regeneração natural após 31 meses do plantio. Avaliamos, ainda, a sobrevivência e crescimento de espécies nativas da Mata Atlântica, submetidas ao controle físico e cultural, por meio do coroamento artificial das mudas com uso discos de papelão e consórcio com adubos verdes. Mostramos que a combinação entre adubação química e orgânica (Esterco+NPK) pode ser uma alternativa relevante quando objetiva-se rápido crescimento em área de pastagem, considerando o grupo de espécies nativas estudadas, conferindo maior incremento em altura e área de copa, 30 meses após o plantio. Observamos que a regeneração natural também se beneficia deste maior crescimento. Em que a maior proporção de área de copa do plantio tendeu a refletir em maior riqueza e diversidade de regenerantes, resultados alcançados nos tratamentos T4 (Esterco+NPK) e T2 (NPK+Calcário+Fosfato), respectivamente. Constatamos, também, que conciliar o controle físico e cultural no manejo da gramínea (papelão+adubos verdes) apresentou alto potencial na restauração florestal de pastagens. Pois, além de ter favorececido os incrementos em altura e diâmetro, potencializou a sobrevivência da maioria das espécies estudadas. Acreditamos que mudas sensíveis, de menor porte e de espécies de crescimento lento podem ser mais beneficiadas nessas circunstâncias.

The studies about forest restoration of degraded areas in the Atlantic Forest have been intensified in recent decades. However, many alternative techniques, of low cost and environmental impact have not yet been elucidated, especially when it comes to areas subject to aggressive exotic species. The objective of this study was to evaluate the potential of different forest restoration techniques, in a pasture area inserted in a priority area for conservation, in the buffer zone of the Espinhaço Range Biosphere Reserve. We studied the effect of using different planting fertilizers on native species of the Atlantic Forest. We investigated whether the different fertilizations influenced the expression of natural regeneration after 31 months of planting. We also evaluated the survival and growth of native species of the Atlantic Forest, submitted to physical and cultural control, through the artificial crowning of the seedlings using cardboard discs and a consortium with green fertilizers. We show that the combination of chemical and organic fertilization (Manure+NPK) can be a relevant alternative when aiming at rapid forest growth in pasture area, considering the group of native species studied, giving greater increase in height and canopy area, 30 months after planting. We note that natural regeneration also benefits from this greater growth. In which the highest proportion of plantation canopy area tended to reflect greater species richness and diversity of regenerants, results achieved in treatments T4 (Manure+NPK) and T2 (NPK+Limestone+Phosphate), respectively. We also found that reconciling physical and cultural control in the pasture management (cardboard + green fertilizers) had a high potential in forest restoration of pastures. Because, in addition to favoring increments in height and diameter, it enhanced the survival of most of the studied species. We believe that sensitive seedlings, of smaller size and slow-growing species can benefit more in these circumstances.