Dissertação/Tese do PPGCN
SINTOMAS DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM UNIVERSITÁRIOS BRASILEIROS: EFEITO DA QUALIDADE DA ALIMENTAÇÃO
Discente de mestrado Ver currículo Lattes Ver ORCID Ver página pessoal Data: 26/07/2023 Hora: 14:00 Local: Google Meet
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Melissa Ionara Ribeiro Sabbagh
Defesa
ResumoPalavras-chave:
Depressão e ansiedade são transtornos mentais comuns na atualidade, porém pouco se conhece sobre o papel da qualidade da alimentação na prevalência desses problemas em universitários. Essa dissertação tem como objetivo avaliar a qualidade da alimentação entre universitários com sintomas de ansiedade e depressão. Trata-se de estudo multicêntrico, de caráter transversal, com estudantes dos cursos de graduação de oito Universidades Federais de Minas Gerais/Brasil. Todos os estudantes de graduação regularmente matriculados nos cursos presenciais e à distância nessas Universidades foram convidados a responderem um questionário, autoaplicado, disponibilizado em plataforma on-line (Google Forms). A coleta de dados ocorreu entre os meses de outubro de 2021 e fevereiro de 2022, durante um período de três meses em cada universidade. Os sintomas de ansiedade e depressão foram avaliados a partir da escala Depression, Anxiety and Stress Scale-21 (DASS-21). A qualidade da alimentação foi avaliada por meio do escore da frequência de consumo dos alimentos considerados saudáveis e não saudáveis. Foram pesquisados ainda, características sociodemográficas, econômicas e antropométricas. Foi utilizada a regressão de Poisson para análise da associação entre a qualidade da alimentação e sintomas de ansiedade e depressão. Participaram do estudo 7295 universitários, e a prevalência de sintomas de ansiedade e depressão de moderado a extremamente graves nos últimos sete dias antes da pesquisa foi de 58,9% (n=4.300) e 62,5% (n=4.561) respectivamente. Quando verificado os níveis de gravidade dos sintomas de ansiedade e depressão, chama atenção que os indivíduos com sintomas extremamente graves compõem mais de 30% dos casos nos dois transtornos mentais em questão, sendo 33,6% (n=2449) para sintomas extremamente graves de ansiedade e 31,9% (n=2327) para depressão. A prevalência de sintomas de ansiedade de moderado a extremamente graves foi significativamente mais prevalente entre aqueles do sexo feminino (p < 0,001), com menor idade (p < 0,002), brancos (p = 0,048), sem excesso de peso (p = 0,002), com menor renda (p = 0,048), e com qualidade da alimentação intermediária (p < 0,001). No entanto, a crença religiosa não apresentou correlação significativa com esse perfil (p= 0,297). Da mesma forma, os universitários com sintomas de depressão de moderado a extremamente graves também apresentaram o mesmo perfil, e a crença religiosa mostrou-se um fator protetor contra a depressão. A análise da associação entre qualidade da alimentação e sintomas de ansiedade e depressão indicou que os universitários com baixa qualidade da alimentação apresentaram respectivamente uma maior probabilidade de 25% (RP=1,25, IC95% 1,19-1,32) e 24% (RP=1,24, IC95% 1,18-1,30) de estarem com sintomas moderados a extremamente graves de ansiedade e depressão quando comparados com os que apresentaram alta qualidade da alimentação. Os resultados demonstram que grande parte dos universitários apresentavam sintomas de ansiedade e depressão e a baixa qualidade da alimentação foi fator de risco para esses problemas, assim estratégias de autocuidado como alimentação adequada, atividade física, e atividades que tragam equilíbrio e relaxamento são necessárias para esse grupo.
Saúde mental; Ansiedade; Depressão; Universitários; Estudo Multicêntrico; Consumo Alimentar.
AbstractKeywords:
Depression and anxiety are common mental disorders in today's society, yet little is known about the role of diet quality in the prevalence of these issues among university students. This dissertation aims to assess the dietary quality among university students experiencing symptoms of anxiety and depression. It is a multicenter, cross-sectional study involving undergraduate students from eight Federal Universities in Minas Gerais, Brazil. All regularly enrolled undergraduate students, both in-person and distance learning, in these universities were invited to complete a self-administered questionnaire available on an online platform (Google Forms). Data collection took place from October 2021 to February 2022, spanning three months at each university. Symptoms of anxiety and depression were assessed using the Depression, Anxiety, and Stress Scale-21 (DASS-21). Dietary quality was evaluated based on the frequency of consumption of foods categorized as healthy and unhealthy. Sociodemographic, economic, and anthropometric characteristics were also investigated. Poisson regression was employed to analyze the association between dietary quality and symptoms of anxiety and depression. A total of 7,295 university students participated in the study, and the prevalence of moderate to extremely severe symptoms of anxiety and depression in the seven days preceding the survey was 58.9% (n=4,300) and 62.5% (n=4,561), respectively. Notably, when examining the severity levels of anxiety and depression symptoms, individuals with extremely severe symptoms accounted for more than 30% of cases in both mental disorders, with 33.6% (n=2,449) experiencing extremely severe anxiety symptoms and 31.9% (n=2,327) having extremely severe depression symptoms. The prevalence of moderate to extremely severe anxiety symptoms was significantly higher among females (p < 0.001), younger individuals (p < 0.002), those of White ethnicity (p = 0.048), those without excess weight (p = 0.002), those with lower income (p = 0.048), and those with intermediate dietary quality (p < 0.001). However, religious belief showed no significant correlation with this profile (p= 0.297). Similarly, university students with moderate to extremely severe depression symptoms also exhibited the same profile, with religious belief acting as a protective factor against depression. The analysis of the association between dietary quality and symptoms of anxiety and depression indicated that university students with poor dietary quality had a 25% (RP=1.25, 95% CI 1.19-1.32) and 24% (RP=1.24, 95% CI 1.18-1.30) higher likelihood of experiencing moderate to extremely severe symptoms of anxiety and depression, respectively, compared to those with high dietary quality. These results highlight that a significant portion of university students experience symptoms of anxiety and depression, and poor dietary quality is a risk factor for these issues. Therefore, self-care strategies such as proper nutrition, physical activity, and activities promoting balance and relaxation are essential for this group.
Mental health; Anxiety; Depression; University Students; Multicenter Study; Dietary Consumption
Banca de defesa
PresidenteNacionalidade: Brasileira Ver currículo Lattes Ver ORCID Ver página pessoal
Luciana Neri Nobre
Participante externoNacionalidade: Brasileira Ver currículo Lattes Ver página pessoal
LAUANE GOMES MORENO