Projeto de pesquisa P5 - Análise de tendência temporal de recém-nascidos com baixo peso ao nascer no Brasil e nas suas regiões, no período de 2001 a 2020 - PPGCN

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Projeto de pesquisa do PPGCN
P5 - Análise de tendência temporal de recém-nascidos com baixo peso ao nascer no Brasil e nas suas regiões, no período de 2001 a 2020

O peso do nascimento é a primeira medida obtida após o nascimento, sendo então considerado o indicador mais importante para avaliar as condições de saúde e sobrevida do recém-nascido (RN) e indicador de saúde e nutrição materna. Além disso, pode ser associado ao alto risco de mortalidade no primeiro ano de vida e tem influência direta no crescimento, desenvolvimento físico, psicológico e escolar durante a infância e nas questões de saúde na vida adulta (TAVARARES et al., 20081 , TAYWADE et al., 201738, MENDES et al.,201535 , SUTAN et al., 201440, TOURINHO et al., 201246). O peso ao nascer (PN) inferior a 2.500g é classificado como baixo peso para o nascimento (BPN), sendo considerado um importante fator de risco para morbimortalidade neonatal (TOURINHO et al., 201246, VILANOVA et al, 201943). Recém-nascidos com peso inferior a 2.500 gramas apresentam índice de mortalidade 20 vezes maior em relação aos recém-nascidos com peso adequado, estando mais susceptíveis a infecções, desnutrição no primeiro ano de vida e risco de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis quando adultos (TAYWADE et al., 201738, VILANOVA et al, 201943). O BPN é resultado de dois processos: partos prematuros (idade gestacional menor que 37 semanas – pré-termos) e restrição do crescimento intrauterino (VALE et al., 202113 , FERRAZ et al., 201120). Em países desenvolvidos o BPN está associado a nascimentos prétermos (TOURINHO et al., 201246) indicando que o recém-nascido não permaneceu tempo adequado dentro do útero, pois o seu peso está relacionado diretamente com o ambiente intrauterino e fatores maternos (TAYWADE et al., 201738). Há várias condições que contribuem para o Baixo Peso ao Nascer (BPN): fatores maternos, gestacionais, ambientais e genéticos – estado civil, idade materna, paridade, cuidados do pré-natal, duração da gestação, má nutrição, estado nutricional da gestante, tipo de parto, escolaridade materna, intercorrências gestacionais, paridade, etnia, condições socioeconômicas, ingestão de bebida alcoólica, tabagismo (PEDRAZA et.al, 201419 , GUIMARÃES et al., 200224, MINGUDE et al., 202039, SUTAN et al., 201440). O BPN está associado a maior morbimortalidade infantil e aumento do risco de vida do recém-nascido. Além de, poder impactar a curto prazo o serviço de saúde e a médio e longo prazo prejuízos no desenvolvimento infantil, ocorrência de hipertensão arterial, diabetes tipo 2, obesidade, hiperlipidemia quando adultas (TAYWADE et al., 201738 , CARNIEL et al., 200825, SANTOS et al., 201163). Atualmente, o Brasil vive o paradoxo epidemiológico do baixo peso nascer, devido as maiores taxas de baixo peso ao nascer estarem concentradas nas regiões mais desenvolvidas (Sul e Sudeste) que nas regiões menos desenvolvidas (Nordeste, Norte e Centro-Oeste)8,23 . De acordo com alguns estudos no ano de 2007 foi observado uma taxa de BPN de 9,1% na região Sudeste e de 7,0% na região Norte (SILVA et al., 20108 ). Há várias explicações para a ocorrência desse paradoxo no Brasil, como a ocorrência de subnotificação dos dados de nascidos vivos nas regiões menos desenvolvidas do país devido a precariedade de acesso à tecnologia perinatal, pois pode ocorrer falha no registro correto dos dados ou simplesmente não ocorre os registros de nascidos vivos que morrem após o parto, sendo classificados erroneamente como natimortos, contribuindo assim para a redução das proporções de prematuridade nestes locais (TAVARARES et al., 20081 , LIMA et al., 20137 ). Em estudo realizado entre os anos de 2001 a 2010 houve uma variação nacional crescente de 7,6% para 8,2% respectivamente, sendo que as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste encontram-se abaixo da média nacional. Quando se observa o decréscimo da proporção de BPN a região Norte apresentou maiores percentuais, variando de 2,3% em 2001 a 0,6% em 2010 e a região Sul apresentou os menores valores de queda de 0,3% em 2001 para 0,01% em 2010 (NILSON et al., 201523). Atualmente, as informações do SINASC são divulgadas, de forma pública, no site do DATASUS- Ministério da Saúde, sendo importante fonte de dados para promoção de políticas públicas, no âmbito federal, estadual e municipal, à gestante e recém-nascidos (SZWARCWALD et al., 201911). Esse sistema pode e deve ser usado por pesquisadores para que informações diversas possam ser analisadas e informações produzidas a partir dos dados disponíveis. Assim, o uso desse sistema é de grande utilidade para estudos que envolvem, inclusive, o peso ao nascer, indicador de grande utilidade para a saúde
  • Linha de pesquisa: NUTRIÇÃO E SAÚDE COLETIVA
  • Início: 01/03/2021
  • Término: 31/08/2023