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Projeto
Estudos de gênero, Educação e espaço social rural
Linha de pesquisa: SOCIEDADE E CULTURA NO MUNDO RURAL
Desde 01/03/2017
Este projeto tem por finalidade agrupar pesquisas e debates que desafiem reflexão e relação entre os temas do mundo rural, das políticas públicas, das relações sociais de gênero, das violências contra a mulher, da agroecologia, da cidadania, dos processos de socialização dos indivíduos, da educação e da educação escolar, da questão agrária e energética. Conforme problematiza Saffioti (2015) o sexismo não é apenas uma ideologia, é uma estrutura de poder, que prejudica a todos. Para Federici (2017) o modo de produção capitalista, enquanto sistema econômico-social, está necessariamente ligado ao racismo e ao sexismo. Partimos da compreensão de que a sociedade brasileira se forjou enquanto capitalista, patriarcal, colonial, sexista e racista, sendo que estas características também perpassam os modos de pensar e de fazer – de socialização, de educação, de estigmas sociais ou étnico/raciais, de papéis sociais, de julgamentos, valores e crenças. Portanto, este projeto tem por objetivo contribuir na problematização da realidade vivida e das estruturas de pensamento que constroem leituras e análises sobre essa realidade, indicando inclusive possibilidades analíticas, inspiradas nas abordagens decoloniais. A partir de pesquisas em andamento, pode-se observar que na região dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, historicamente as mulheres tem papel ativo e protagonista para garantir sobrevivência, embora oprimidas pela sua condição de classe, cor/raça e gênero no que tange ao acesso a terra, à educação, às políticas públicas, a assistência técnica e, obviamente, pela invisibilidade do trabalho feminino em sua dimensão produtiva. Se, por um lado, as políticas públicas, com maior cunho social do que econômico, indicam possibilidades de mobilidade política e social, por outro lado reproduzem estruturas de poder, pois não garantem enfrentamento às desigualdades estruturais (como o minifúndio, escassez de água, moradia digna, crédito produtivo, creche ou educação infantil etc.). Como questões e provocações indicamos: Como pesquisar, analisar e compreender a relação entre gênero, educação e mundo rural? Quais as perspectivas para as juventudes e as mulheres no mundo rural dos Vales do Jequitinhonha, do Mucuri e do semiárido mineiro? Quais são as contribuições do campo agroecológico para os estudos de gênero? Como o Estado e as políticas públicas tem chegado ao mundo rural e aos sujeitos com marcadores de gênero?