Linha de pesquisa SOCIEDADE E CULTURA NO MUNDO RURAL - PPGER

Analise do programa de acesso e inclusão digital de jovens do campo no município de Alfenas/MG Situação: Em andamento Natureza: Projetos de pesquisa Alunos envolvidos: Mestrado acadêmico (1);

Pretende-se investigar as manifestações artísticas e culturais de populações rurais do Vale do Jequitinhonha e seu papel recente na promoção do desenvolvimento comunitário, na geração de novas oportunidades de trabalho e renda e de capital social, enfatizando os espaços e as formas de circulação de ideias e experiências socioculturais que congregam os artistas populares da região, bem como a atuação de movimentos culturais locais e regionais na ressignificação das identidades sociais.

O projeto tem por objetivo desvelar as percepções dos agricultores familiares acerca do Programa Nacional de Alimentação Escolar.

Trata-se de projeto de pesquisa que discorre sobre o processo de apropriação e (re)apropriação do território da comunidade de Croata por meio das suas múltiplas identidades. O projeto se destaca por tentar entender a luta territorial a partir de elementos não só históricos e econômicos, mas culturais e simbólicos.

Este projeto reunirá as pesquisas de docentes e discentes associadas aos temas consagrados da Sociologia Rural, da Antropologia e da História, empreendidas em torno de duas inflexões intercomunicantes: a investigação do passado, isto é, do legado da história; e a situação do presente, perscrutado com as lentes das ciências sociais. Isso significa estudar as diferentes estruturas, dinâmicas e inserções das sociedades rurais do Brasil e da América Latina nas sociedades coloniais e nacionais, em diferentes épocas, ao longo dos últimos cinco séculos; e compreender os inumeráveis espaços de vida e de trabalho, campos de tensões e disputas, lutas e resistências, liberdade e opressão nos quais se movem, atualmente, trabalhadores e proprietários rurais com suas particularidades no âmbito da sociedade englobante. Serão empreendidas investigações sobre as formas como as sociedades regionais e nacionais moldaram seus próprios mundos rurais e agriculturas; sobre os modos de vida, os imaginários, as sociabilidades, as redes de solidariedade, os tipos de laços familiares, de parentesco e de vizinhança dos grupos/comunidades rurais, as suas formas de construção do patrimônio; sobre as representações, os ritos comunitários, as tradições culturais das populações do campo; sobre as maneiras como estão inseridas na sociedade mais ampla as pequenas sociedades localizadas nos espaços rurais. Trata-se de enfrentar a questão do lugar dos agricultores e do campesinato nas sociedades contemporâneas, avaliando seus potenciais para assumir novas responsabilidades no mundo. De desenvolver pesquisas que se debrucem sobre as dinâmicas “internas” e “externas” que confluem gerando os processos sociais rurais, com seus rebatimentos e manifestações culturais e políticos. De estudar, em perspectiva “totalizante”, as expressões históricas concretas dos agricultores, tendo em conta perguntas como: que atores sociais são referidos ao mundo rural? Que antagonismos profundos estruturam sua realidade? Que práticas e atitudes os caracterizam? Que configurações sociais e espaciais desenham? Que pertencimentos e identidades norteiam suas vidas? Como respondem às mudanças que afetam seu espaço e seu tempo, considerando suas condições imediatas, naturais e sociais?

Objetivo Geral: ● Investigar o papel do álcool nas políticas e tratados do período colonial brasileiro, com foco na dinâmica de dominação colonial e "aculturação" indígena. Objetivos Específicos: ● Analisar as politicas coloniais adotadas por Portugal em relação ao comércio e consumo de álcool nas comunidades indígenas durante o período colonial brasileiro. ● Investigar os mecanismos de disseminação do álcool nas sociedades indígenas, incluindo o comércio, as estratégias coloniais e as práticas de aculturação. ● Contextualizar o papel do álcool nas políticas coloniais e nos tratados no contexto mais amplo da colonização européia das Américas e suas implicações para a história indígena e colonial do Brasil.

Este projeto tem por finalidade agrupar pesquisas e debates que desafiem reflexão e relação entre os temas do mundo rural, das políticas públicas, das relações sociais de gênero, das violências contra a mulher, da agroecologia, da cidadania, dos processos de socialização dos indivíduos, da educação e da educação escolar, da questão agrária e energética. Conforme problematiza Saffioti (2015) o sexismo não é apenas uma ideologia, é uma estrutura de poder, que prejudica a todos. Para Federici (2017) o modo de produção capitalista, enquanto sistema econômico-social, está necessariamente ligado ao racismo e ao sexismo. Partimos da compreensão de que a sociedade brasileira se forjou enquanto capitalista, patriarcal, colonial, sexista e racista, sendo que estas características também perpassam os modos de pensar e de fazer – de socialização, de educação, de estigmas sociais ou étnico/raciais, de papéis sociais, de julgamentos, valores e crenças. Portanto, este projeto tem por objetivo contribuir na problematização da realidade vivida e das estruturas de pensamento que constroem leituras e análises sobre essa realidade, indicando inclusive possibilidades analíticas, inspiradas nas abordagens decoloniais. A partir de pesquisas em andamento, pode-se observar que na região dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, historicamente as mulheres tem papel ativo e protagonista para garantir sobrevivência, embora oprimidas pela sua condição de classe, cor/raça e gênero no que tange ao acesso a terra, à educação, às políticas públicas, a assistência técnica e, obviamente, pela invisibilidade do trabalho feminino em sua dimensão produtiva. Se, por um lado, as políticas públicas, com maior cunho social do que econômico, indicam possibilidades de mobilidade política e social, por outro lado reproduzem estruturas de poder, pois não garantem enfrentamento às desigualdades estruturais (como o minifúndio, escassez de água, moradia digna, crédito produtivo, creche ou educação infantil etc.). Como questões e provocações indicamos: Como pesquisar, analisar e compreender a relação entre gênero, educação e mundo rural? Quais as perspectivas para as juventudes e as mulheres no mundo rural dos Vales do Jequitinhonha, do Mucuri e do semiárido mineiro? Quais são as contribuições do campo agroecológico para os estudos de gênero? Como o Estado e as políticas públicas tem chegado ao mundo rural e aos sujeitos com marcadores de gênero?

Objetivo Geral: Estudar as feiras livres de Araçuaí na promoção da sociabilidade, preservação cultural e sustentabilidade econômica, com ênfase na valorização dos produtos locais e a relação entre as cadeias curta e convencional de produção da agricultura familiar. Objetivos Específicos: 1. Investigar a origem, variedade e variação sazonal dos produtos comercializados na feira livre de Araçuaí ao longo do ano. 2. Avaliar os incentivos e apoios recebidos pelos feirantes e produtores de artesanato, incluindo os tipos de incentivos fornecidos por entidades como a prefeitura, associações e cooperativas, bem como a relação dos feirantes com outros produtores e as formas de colaboração e apoio mútuo. 3. Comparar os benefícios socioeconômicos e ambientais das cadeias curtas e convencionais de produção, analisando o impacto da proximidade entre produtores e consumidores na sustentabilidade econômica dos agricultores familiares, os benefícios ambientais das cadeias curtas em relação ao uso de embalagens e práticas sustentáveis, e os desafios enfrentados pelos agricultores nas cadeias convencionais, incluindo remuneração e transparência na comercialização.

A pesquisa teve como objetivo criar uma ferramenta de avaliação multicritério para auxiliar na visualização, planejamento e tomada de decisões com relação às comunidades tradicionais rurais. A ferramenta considera as características de cada comunidade tradicional, englobadas em três grandes áreas: 1) avaliação da comunidade: cultura, educação, economia, tradição e aspectos sociais; 2) recursos naturais: materiais para construção, índice e regime pluviométricos, recursos hídricos, radiação solar e potencial eólico; 3) condições habitacionais básicas para controle de doenças e promoção da saúde.

O processo de interferência ocasionado pelo plantio de monoculturas de eucalipto, deverá provocar na população camponesa uma reavaliação de seu próprio modo de vida e de suas práticas tradicionais. Ao contrário de provocar um definhamento destas, a reavaliação das práticas tradicionais, em cotejo com as práticas dos recém-chegados, deverá resultar num reconhecimento da racionalidade de uma "ciência do concreto" e da validade de um modo de vida que permitiu, durante gerações, a sua reprodução, sem destruir o meio ambiente. Esperamos poder demonstrar que este confronto está resultando num processo de afirmação da identidade da população tradicional e, consequentemente, numa resistência sócio-cultural.

Trata-se de projeto sobre a cosmologia presente na figura do mestre João do Lino Mar. O projeto se destaca pela inovadora trajetória metodológica em buscar na cultura popular elementos universais que fazem um mestre local dialogar com os mais diferentes pensadores da história.

A pesquisa busca identificar, analisar e desvelar o sistema alimentar local e seu papel no processo histórico de formação, no contexto cultural e econômico, nas relações sociais, nas permanências nas tradições e nas mudanças advindas da modernidade nas relações de trabalho não capitalistas e nos laços de solidariedade e parentesco no uso e produção do espaço rural nas comunidades de Milho Verde e Jacutinga/Serro-MG no Alto Vale do Jequitinhonha

A presente pesquisa pretende investigar as Narrativas Orais: Saberes e Fazeres da Arquitetura Vernacular na Comunidade de São Gonçalo do Rio das Pedras e região, com a finalidade de identificar as memórias que regem o saber e o fazer em relação ao labor, a ocupação dos espaços e principalmente verificar os conhecimentos empíricos, acerca do saber local sobre as construções de casas, espaços de trabalho e ranchos.. Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa. Alunos envolvidos: Mestrado acadêmico: (1) Registro 6302017 PRPPG /UFVJM. PPGER

A partir da inserção no debate contemporâneo sobre a questão da modernização e da ruralidade, o projeto reunirá as investigações que se ocupam com as condições de vida e bem-estar nos espaços do campo, entendido como lugares onde predominam a natureza sobre os objetos construídos e os pequenos grupos sociais, marcados por relações de proximidade e de interconhecimento. Trata-se, por um lado, de estudar como as forças da modernização dominante, com a difusão de insumos poupadores de trabalho vivo e da lógica capitalista, geram espaços rurais esvaziados de presença humana e empobrecidos de relações sociais, perguntando pelos efeitos que esse processo produzem sobre os habitantes de tais espaços, não apenas em termos de experiências degradantes de trabalho e existência social, como também de tensões e ambigüidades que prejudicam a sociabilidade e o equilíbrio dos indivíduos e comunidades, adoecendo-os física e psiquicamente. Saber como a artificialização da agricultura e a identificação de seu processo produtivo a um processo industrial, bem como a crescente geração de “trabalhadores disponíveis” e de gente desvinculada da terra, impactam os laços sociais e os corpos das pessoas, e em quais sentidos os esgarçam ou rompem, e quais os custos humanos que isso impõem. De outro lado, pretende-se estudar como as novas expectativas que a sociedade formula em relação ao mundo rural e à agricultura – como a valorização da relação homem-natureza, o culto às “amenidades” presentes no campo e aos laços familiares e sociais mais pessoalizados – tornam-se fatores na construção de um outro agricultor, uma outra agricultura e um outro espaço rural, recolocando em bases novas a discussão sobre as relações campo-cidade e as potencialidades de se viver no campo. Isso implica em investigar, por meio dos estudos de casos de áreas específicas no Brasil e no mundo, as experiências e estratégias de desenvolvimento das qualidades do rural, indagando sobre seus desdobramentos em termos de bem-estar, saúde e felicidade humanos. Inventariar e analisar experiências de ocupação civilizatória do espaço rural e a oferta de bens e serviços, materiais e simbólicos, produzidos pelos habitantes do campo que concorrem para o bem-estar deles mesmo e de populações urbanas vizinhas. Significa também analisar as condições de infraestrutura, mobilidade e acessibilidade nas comunidades rurais que favorecem o seu dinamismo e as economias de proximidade que possibilitam a permanência no campo e a afirmação identitária dos “rurais”, bem como entender o fenômeno dos “retirantes às avessas”, isto é, dos “neorurais” e suas interações e impactos nas comunidades – muitas vezes tradicionais – onde se reassentam.

Pesquisar a Festa do Rosário dos Homens Pretos, expressão máxima da cultura dos Homens Pretos do Rosário, do Alto e Médio Jequitinhonha (MG), entendendo sua origem, formação, aspectos, seus ritos e sincretismo que embasam a tradição, tendo como campo de pesquisa as festas das cidades de Serro, Minas Novas e Chapada do Norte. E através disso, num exercício de alteridade, desvelar o sentido profundo dos códigos que traduzem simbolicamente aspectos da visão de mundo daqueles que a vivenciam, no qual significados são gerados e transformados.. Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa. Alunos envolvidos: Mestrado acadêmico: (1) Registro 6412017PRPPG/UFVJM. PPGER