Dissertação/Tese EFEITO RESIDUAL DE HERBICIDAS APLICADOS NA PRÉ-EMERGENCIA: RELAÇÃO ENTRE DOSE, TEXTURA DE SOLO E PROFUNDIDADE - PPGPV

A eficiência e o destino ambiental dos herbicidas pré-emergentes aplicados no solo estão diretamente relacionadas às interações existentes entre a molécula, o solo e as condições ambientais. O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito residual de herbicidas recomendados para aplicação na pré-emergência em cultivos de eucalipto, soja e cana-de-açúcar, considerando as interações entre dose aplicada, textura de solo e profundidade. O primeiro fator foi composto pelas doses dos herbicidas, variando entre 0 a 150% da dose recomendada pela bula comercial de cada produto. Dois solos de texturas diferentes (argiloso e arenoso) comporam o segundo fator do experimento. Os herbicidas avaliados foram: sulfentrazone, clomazone, s-metolachlor (misturado com glyphosate), indaziflam e sulfentrazone + diuron. O método para determinar o período residual dos herbicidas foi o bioensaio. Uma análise comatrográfica aos 93 DAA foi realizada para quantificar os resíduos do herbicida. As plantas de Sorgum vulgare apresentaram variação na intoxicação e alocação de matéria em função do herbicida, solo e dose. Sulfentrazone, isolado ou em mistura, e clomazone proporcionaram maior efeito residual com o aumento da dose aplicada em solo argiloso. Em solo arenoso, o s-metolachlor proporcionou injúrias às plantas de Sorgum vulgare, independentemente da dose aplicada. Em solo argiloso, a intoxicação aumentou com a dose da mistura de herbicidas. Indaziflam proporcionou baixo efeito residual nas plantas. O resíduo recuperado por cromatrografia na camada de 0 a 20 cm de profundidade do solo arenoso aos 93 DAA foi de 59,3, 137,5 e 206,5 g ha-1 para o sulfentrazone; 117,3, 260,8 e 376,2 g ha-1 para o clomazone; 19,4, 31,6 e 32,9 g ha-1 para o s-metolachlor; 10,5, 21,8 e 28,5 g ha-1 para o indaziflam; (46,5+83,9), (94,1+186,4) e (138,6+259,1) g ha-1 para o sulfentrazone + diuron para 50%, 100% e 150% da dose comercial, respectivamente. Para o solo argiloso, os resíduos recuperados foram de 65,5, 110,9 e 85,1 g ha-1 para o sulfentrazone; 120,3, 252,9 e 281,9 g ha-1 para o clomazone; 73,8, 123,7 e 365,7 g ha-1 para o s-metolachlor; 10,3, 20,1 e 28,0 g ha-1 para o indaziflam; (44,0+91,9), (93,4+175,1) e (131,1+238,3) g ha-1 para o sulfentrazone + diuron para 50%, 100% e 150% da dose comercial, respectivamente.

The efficiency and environmental fate of pre-emergent herbicides applied to the soil are directly related to the interactions between the molecule, the soil and environmental conditions. The objective of this work was to evaluate the residual effect of herbicides recommended for pre-emergence application in eucalyptus, soybean and sugarcane crops, considering the interactions between applied dose, soil texture and depth. The first factor was composed of the herbicide doses, varying between 0 and 150% of the dose recommended by the commercial leaflet for each product. Two soils with different textures (clayey and sandy) made up the second factor of the experiment. The herbicides evaluated were: sulfentrazone, clomazone, s-metolachlor (mixed with glyphosate), indaziflam and sulfentrazone + diuron. The method to determine the residual period of herbicides was the bioassay. A comatrographic analysis at 93 DAA was performed to quantify herbicide residues. Sorgum vulgare plants showed variation in intoxication and matter allocation depending on the herbicide, soil and dose. Sulfentrazone, alone or in mixture, and clomazone provided a greater residual effect with increasing dose applied to clayey soil. In sandy soil, s-metolachlor caused injuries to Sorgum vulgare plants, regardless of the dose applied. In clayey soil, intoxication increased with the dose of the herbicide mixture. Indaziflam provided low residual effect on plants. The residue recovered by chromatography in the 0 to 20 cm deep layer of the sandy soil at 93 DAA was 59.3, 137.5 and 206.5 g ha-1 for sulfentrazone; 117.3, 260.8 and 376.2 g ha-1 for clomazone; 19.4, 31.6 and 32.9 g ha-1 for s-metolachlor; 10.5, 21.8 and 28.5 g ha-1 for indaziflam; (46.5+83.9), (94.1+186.4) and (138.6+259.1) g ha-1 for sulfentrazone + diuron for 50%, 100% and 150% of the commercial dose , respectively. For the clayey soil, the residues recovered were 65.5, 110.9 and 185.1 g ha-1 for sulfentrazone; 120.3, 252.9 and 281.9 g ha-1 for clomazone; 73.8, 123.7 and 365.7 g ha-1 for s-metolachlor; 10.3, 20.1 and 28.0 g ha-1 for indaziflam; (44.0+91.9), (93.4+175.1) and (131.1+238.3) g ha-1 for sulfentrazone + diuron for 50%, 100% and 150% of the commercial dose , respectively.