Dissertação/Tese Adequação da adubação NPK para o cultivo da amoreira-preta em condições de clima tropical de altitude - PPGPV

O cultivo da amoreira-preta está em expansão no Brasil, no entanto, o manejo da fertilização dos pomares não avançou para acompanhar as diferenças de crescimento vegetativo e produção das novas regiões produtoras, que apresentam condições edafoclimáticas diferentes dos países de origem da espécie. A recomendação existente baseia-se em pesquisas realizadas em outros países, onde as condições edafoclimáticas são destoantes das encontradas no Brasil. Nesse contexto, esta pesquisa foi realizada com o objetivo de avaliar a adequação da adubação NPK para o cultivo da amoreira-preta em regiões de clima tropical de altitude. Os experimentos foram conduzidos em duas condições edafoclimáticas distintas, em solo classificado como NEOSSOLO QUARTZARÊNICO Órtico típico (RQo) e clima com inverno seco e temperaturas amenas e em LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO distrófico (LVAd) e clima com invernos frios e ocorrência de geadas. Os dois pomares foram implantados com a ‘BRS Tupy’, com densidade de 5.000 plantas por hectare. O delineamento utilizado foi em blocos casualizados em esquema fatorial fracionado (4x4x4)1/2, com quatro blocos. Os tratamentos foram constituídos de quatro recomendações de N (0, 20, 40 e 80 kg ha-1), P2O5 (0, 85, 150, 170 e 340 kg ha-1) e K2O (0, 30, 60, 90 e 120 kg ha-1) em pré-plantio e manutenção no primeiro ano de cultivo e N (0, 75, 110, 220 e 440 kg ha-1), P2O5 (0, 50, 100 e 200 kg ha-1) e K2O (0, 50, 85, 170 e 340 kg ha-1) no segundo ano de cultivo. Os dados de produtividade, concentrações de P e K nos solos (Mehlich-1) e de N, P e K nas folhas foram submetidos à análise de regressão. Os níveis críticos de P e K no solo e de N, P e K nas folhas foram estabelecidos em função da produtividade econômica. A amoreira-preta incrementou a produtividade com o aumento da adubação nitrogenada e potássica aos seis meses após o plantio e no primeiro ano de cultivo. É necessário adequação da recomendação de fertilização NPK para o cultivo da amoreira-preta em 25% de N e 11,2% de K2O em pós plantio. Em manutenção a de 274% de N, 306% de K2O. As doses recomendadas para produtividade de amora-preta de 3.847 kg ha-1 são 324 kg ha-1 de N (8% em pós plantio), 270 kg ha-1 de P2O5 e 258 kg ha-1 de K2O (22% em pós-plantio) para o cultivo até o segundo ano no campo. O nível crítico de P no solo pelo Mehlich-1 variou em média de 26,5 a 70,0 mg dm-3 e para atingir a produtividade econômica de frutos para K variou de 0,6 a 3,4 mmolc dm-3 e, nas folhas de amoreira-preta variaram de 17,1 a 21,4 g kg-1 de N e 12,5 a 13,6 g kg-1 de K para atingir a produtividade econômica de frutos e em média para o P variou de 1,7 a 2,1 g kg-1.

Blackberry cultivation is expanding in Brazil, however, fertilization management in orchards has not advanced to keep up with the differences in vegetative growth and production in new producing regions, which have different soil and climate conditions than the species' countries of origin. The existing recommendation is based on research carried out in other countries, where soil and climate conditions differ from those found in Brazil. In this context, this research was carried out with the objective of evaluating the suitability of NPK fertilization for blackberry cultivation in high-altitude tropical climate regions. The experiments were conducted in two distinct edaphoclimatic conditions, in soil classified as Typic Quartzipsamment (TQ), and climate with dry winters and mild temperatures and in Xantic Hapludox (XH) and climate with cold winters and occurrence of frost. The two orchards were planted with the ‘BRS Tupy’, with a density of 5,000 plants per hectare. The experimental design used was a randomized block design in a fractional factorial scheme (4x4x4)1/2, with four blocks. The treatments consisted of four recommendations of N (0, 20, 40 and 80 kg ha-1), P2O5 (0, 85, 150, 170 and 340 kg ha-1) and K2O (0, 30, 60, 90 and 120 kg ha-1) in preplanting and maintenance in the first year of cultivation and N (0, 75, 110, 220 and 440 kg ha-1), P2O5 (0, 50, 100 and 200 kg ha-1) and K2O (0, 50, 85, 170 and 340 kg ha-1) in the second year of cultivation. The data on productivity, P and K concentrations in the soil (Mehlich-1) and N, P and K in the leaves were subjected to regression analysis. The critical levels of P and K in the soil and N, P and K in the leaves were established according to economic productivity. Blackberry increased its productivity with increased nitrogen and potassium fertilization six months after planting and in the first year of cultivation. It is necessary to adapt the NPK fertilization recommendation for blackberry cultivation to 25% N and 11.2% K2O in post-planting. In maintenance, 274% N, 306% K2O. The recommended doses for blackberry productivity of 3.847 kg ha-1 are 324 kg ha-1 of N (8% in post-planting), 270 kg ha-1 of P2O5 and 258 kg ha-1 of K2O (22% in post-planting) for cultivation up to the second year in the field. The critical P level in the soil, as determined by the Mehlich-1 method, varied on average from 26.5 to 70.0 mg dm-3. To achieve the economic fruit productivity for K, it ranged from 0.6 to 3.4 mmolc dm-3, while in blackberry leaves, the N concentration ranged from 17.1 to 21.4 g kg-1, and K ranged from 12.5 to 13.6 g kg-1 to achieve economic fruit productivity and, for P, the average concentration varied from 1.7 to 2.1 g kg-1.