Dissertação/Tese EXISTE RELAÇÃO ENTRE DISCINESE ESCAPULAR, DOR E FUNÇÃO DO OMBRO EM ATLETAS ARREMESSADORES E NÃO ARREMESSADORES? UMA REVISÃO SISTEMÁTICA COM RECOMENDAÇÕES DA GRADE - PPGREAB

O movimento escapular é fundamental para facilitar a transferência de energia produzida pelos membros inferiores para os membros superiores e na presença de alguma alteração escapular, é frequentemente associado ao aparecimento das queixas do ombro. É comum encontrar estudos que associam a discinese escapular com a dor e função no ombro em atletas arremessadores devido à alta prevalência nessa população, entretanto, esses fatores também apresentam alta prevalência em atletas não arremessadores. Apesar disso, até o momento foram realizadas somente revisões sistemáticas com atletas arremessadores e nenhuma outra revisão com atletas não arremessadores. Sendo assim, não é possível definir a associação da discinese escapular com a dor e função no ombro exclusivamente em atletas arremessadores. O objetivo desta revisão sistemática foi determinar a associação da discinese escapular com a dor e função do ombro e identificar a associação da discinese escapular com outros fatores intrínsecos em atletas arremessadores e não arremessadores. Foram realizadas pesquisas em 5 bancos de dados com critérios de elegibilidade para estudos observacionais sobre discinese escapular, dor e função no ombro em atletas arremessadores e não arremessadores. Oito estudos foram incluídos. Um total de 1.673 atletas arremessadores e não arremessadores foram incluídos nesta revisão sistemática. Foram encontradas associações em atletas arremessadores: dor no ombro com discinese escapular óbvia e do tipo III; redução da força com discinese escapular tipo III. Foram encontradas associações em atletas não arremessadores: redução da rotação interna do ombro com discinese escapular e dor no ombro. Não foram encontradas associações em atletas arremessadores: discinese escapular do tipo I e II com dor no ombro; discinese escapular com função do ombro em atletas com e sem dor no ombro; discinese escapular com idade em atletas com e sem dor no ombro. Os estudos incluídos apresentaram baixo risco de viés de acordo com a escala NOS e a qualidade da evidência de acordo com a abordagem GRADE foi muito baixa para as associações investigadas. Com base nesses resultados, não podemos afirmar que a presença de discinese escapular esteja associada à dor e função do ombro, sexo, amplitude de movimento, idade e força em atletas arremessadores e/ou não arremessadores.

The scapular movement is essential to facilitate the transfer of energy produced in the lower limbs to the upper limbs and, in the presence of some scapular alteration, it is often associated with the appearance of shoulder complaints. It is common to find studies that associate scapular dyskinesis with shoulder pain and function in throwing athletes due to the high prevalence in this population, however, these factors also have a high prevalence in nonthrowing athletes. Despite this, only systematic reviews were performed with throwing athletes and no other reviews with non-throwing athletes. Therefore, it is not possible to define the association of scapular dyskinesis with shoulder pain and function exclusively in throwing athletes. The objective of this systematic review was to determine the association of scapular dyskinesis with shoulder pain and function and to identify the association of scapular dyskinesis with other intrinsic factors in throwing and non-throwing athletes. Search strategies were conducted in five electronic databases with eligibility criteria for observational studies about scapular dyskinesis, shoulder pain and function in overhead and non-overhead athletes. A total of 1.673 overhead and non-overhead athletes were included in this systematic review. The following associations have been found in overhead athletes: shoulder pain with obvious and type III scapular dyskinesis; strength reduction with scapular dyskinesis type III. The following associations were found in non-overhead athletes: reduction of internal rotation of the shoulder with scapular dyskinesis and shoulder pain. No associations were found in throwing athletes: scapular dyskinesis of type I and II with shoulder pain; scapular dyskinesis with shoulder function in athletes with and without shoulder pain; scapular dyskinesis with age in athletes with and without shoulder pain. The included studies had a low risk of bias according to NOS scale and the quality of evidence according to the GRADE approach was very-low for the associations investigated. Based on these results, we cannot affirm that the presence of scapular dyskinesis is associated to shoulder pain and function, sex, range of motion, age and strength in overhead and/or non-overhead athletes.