Dissertação/Tese Influência genética e ambiental no isolamento social - PPGREAB

Dissertações/Teses

Dissertação/Tese do PPGREAB
Influência genética e ambiental no isolamento social

Discente de mestrado
Natália C d M A
Defesa
  • Data: 10/03/2023
  • Hora: 08:00
  • Local: Via google meet
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  • Resumo
    Introdução: O isolamento social é um fator contextual pessoal que se associa-se à morbimortalidade. É um fator que contribui para uma pior qualidade de vida dos indivíduos, estando associado com um pior prognóstico de diversas condições clínicas, dentre elas a dor lombar (DL) e cervical (DC). No entanto, informação sobre o que influencia o isolamento social e se esta consiste em um possível fator de risco para DC e DL é escassa. Os poucos estudos que investigaram o isolamento social na dor de coluna apresentam limitações por escopo ou metodológicas. Objetivo: O objetivo geral foi investigar se o isolamento social percebido pelo indivíduo está associado a DC e a DL. Como objetivos específicos, investigou-se a influência de fatores genéticos e ambientais no isolamento social percebido pelos indivíduos por meio de um estudo clássico de gêmeos; e investigou-se a associação entre o isolamento social percebido e a DC e a DL. Método: Esta dissertação foi composta por dois artigos para investigar os objetivos descritos acima. Os dois estudos seguem o modelo observacional transversal com amostra por conveniência de pares de gêmeos completos, ambos os sexo e acima de 18 anos. Os participantes foram cadastrados no Registro Brasileiro de Gêmeos. A Escala de Amizade, adaptada para a população brasileira, avaliou o isolamento social percebido e um questionário autorrelatado avaliou ocorrência de DC e DL. Para estimar a contribuição dos fatores genéticos e ambientais na variância do isolamento social, utilizou-se uma amostra de 60 pares completos de gêmeos (30 monozigóticos/Mz e 30 dizigóticos/Dz) e usamos modelos de efeitos mistos ajustados para idade e sexo. Covariâncias, coeficientes de correlação intraclasse e componentes de variância de genética aditiva (A), ambiental compartilhado (C) e fatores ambientais únicos e erro de medição (E) foram calculados (modelo ACE). Para investigar a associação do isolamento social percebido com DC e DL, utilizou-se uma amostra de 141 pares completos (103 Mz e 38 Dz), o modelo foi ajustado para potenciais fatores de confusão (fatores familiares/genética e ambiente compartilhado, idade, sexo, qualidade do sono e nível de atividade física). Foi calculada a estimativa de risco para a presença de DC e DL, e para a intensidade da DC e DL. Resultados: No primeiro estudo, a amostra foi composta por adultos jovens, maioria do sexo feminino, boa renda familiar e bom nível de escolaridade. No modelo ACE, a variância residual no isolamento social foi explicada principalmente por E (14,27; IC95%:8,84-23,02; P<0,001), enquanto as estimativas de A e C não foram significativas. Um modelo mais simples que ajustou apenas os parâmetros A e E teve melhor ajuste em comparação com o modelo ACE, como comprovado pelos valores do Critério de Informação de Akaike, sendo 722,29 para o modelo AE e 724,29 para o modelo ACE. A correlação foi maior entre gêmeos Mz (0,38) em comparação com gêmeos Dz (0,19) mostrando que há influência genética, o que foi comprovado pelo modelo AE que estimou uma influência genética de 38,87% no isolamento social percebido. No segundo estudo, os resultados mostram que a mudança de um ponto em 25 na percepção das pessoas de menos isolamento social representou redução de 6% no risco de apresentar DC (OR:0,94; IC95%:0,84–1,05) e redução de 8% no risco de apresentar DL (OR:0,92; IC95%:0,81–1,05), após ajustar para potenciais fatores de confusão citados acima, no entanto os intervalos de confiança incluíram 1,0 sendo assim as estimativas não atingiram significância estatística. Conclusão: Nossos resultados sugerem uma estimativa de influência genética de 38,87% que corrobora com estudos prévios que demonstra A variando de 38 a 48% no isolamento social percebido. Fatores ambientais únicos (E) explicaram 61,13% da variância total deste desfecho. Além disso, resultados do presente estudo sugerem associação do isolamento social percebido com DC e DL, sendo um possível fator de risco que pode ser levado em consideração em abordagens preventivas focadas nos indivíduos.
  • Palavras-chave:
    Isolamento Social. Solidão. Genética. Ambiental. Gêmeos. Escala da Amizade; Lombalgia; Cervicalgia; Dor nas costas.
  • Abstract
    Background: Social isolation is a personal contextual factor that is associated with morbidity and mortality. It is a factor that contributes to a worse quality of life for individuals, remaining associated with a worse prognosis of several clinical conditions, among them low back pain (LBP) and neck pain (NP). However, information about what influences social isolation and whether it is a possible risk factor for NP and LBP is scarce. The few studies that investigated social isolation in back pain had scope or methodological limitations. Objective: The general objective was to investigate whether the social isolation perceived by the individual is associated with NP and LBP. As specific objectives, the influence of genetic and environmental factors on social isolation perceived by individuals was investigated through a classic twin study; and investigated the association between perceived social isolation with NP and LBP.Method: This dissertation was composed of two articles to investigate the objectives mentioned above. The two studies follow the cross- sectional observational model with a sample by covenience of pairs of complete twins, both sexes and over 18 years old. The participants were registered in the Brazilian Registry of Twins. The Friendship Scale, adapted for the Brazilian population, assessed perceived social isolation and a self-report assessed the occurrence of NP and LBP. To estimate the contribution of genetic and environmental factors to the variance of social isolation, we used a sample of 60 complete pairs of twins (30 monozygotic/Mz and 30 dizygotic/Dz) and we used mixed effects models adjusted for age and sex. Covariances, raters of intraclass controls, and components of variance of additive genetics (A), shared environmental (C) and unique environmental factors and measurement error (E) were calculated (model ACE). To investigate the association of perceived social isolation with NP and LBP, a sample of 141 complete pairs (103 Mz and 38 Dz) was used, the model was adjusted for potential confounding factors (family/genetic factors and shared environment, age, gender, sleep quality and level of physical activity). Risk was estimated for the presence of NP and LBP, and for the intensity of NP and LBP. Results: In the first study, the sample consisted of young adults, mostly female, with good family income and a good level of education. In the ACE model, the residual variance in social isolation was mainly explained by E (14.27; 95%CI:8.84-23.02; P<0.001), while the estimates of A and C were not significant. A simpler model that fitted only the A and E parameters had better fit compared to the ACE model, as evidenced by the Akaike Information Criterion values, being 722.29 for the AE model 724.29 for the ACE model. The correlation was higher between Mz twins (0.38) compared to Dz twins (0.19) showing that there is a genetic influence, which was confirmed by the AE model which estimated a genetic influence of 38.87% on perceived social isolation. In the second study, the results show that a change of one point out of 25 in people's perception of less social isolation represented a 6% reduction in the risk of having NP (OR:0.94; 95%CI:0.84–1.05 ) and 8% reduction in the risk of LBP (OR:0.92; 95%CI:0.81–1.05), after adjusting for potential confounding factors mentioned above, however the confidence intervals included 1.0 so the estimates did not reach statistical significance. Conclusion: Our results suggest an estimated genetic influence of 38.87%, which corroborates previous studies that demonstrate A ranging from 38 to 48% in perceived social isolation. Unique environmental factors (E) explained 61.17% of the total variance of this result. Furthermore, results of the present study suggest negative effects of social isolation perceived in NP and LBP, being a possible risk factor that can be taken into account in preventive approaches focused on individuals.
  • Keywords:
    Social Isolation. Lonliness. Genetics; Environment; Twins.;Friendship Scale; Low back pain; Neck pain; Back pain.
  • Banca de defesa

    Presidente
    VINÍCIUS CUNHA DE OLIVEIRA
  • Nacionalidade: Brasileira
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  • Participante interno
    MURILO XAVIER OLIVEIRA
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  • Participante externo
    FÁBIO LUIZ MENDONÇA MARTINS
  • Nacionalidade: Brasileira
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