Dissertação/Tese Efetividade do Apoio Matricial da Fisioterapia na Atenção Primária a Saúde - PPGREAB

Este trabalho investigou a efetividade do AM do profissional fisioterapeuta, com foco nas condições de saúde sensíveis a intervenção da fisioterapia na APS. O estudo propôs oficinas temáticas envolvendo conceitos e práticas de prevenção, promoção e reabilitação nos eixos saúde materno-infantil, do adulto, do idoso e desordens musculoesqueléticas, contendo condições de saúde de elevada prevalência na APS tais como dor lombar, incontinência urinária, tonturas, entre outras situações possíveis de serem encontradas na visita domiciliar do ACS. Os temas foram organizados em quatro encontros presenciais (16 horas) e atividades para serem feitas em casa (8 horas). Foram utilizados instrumentos de coleta de dados (pré e pós-teste) contendo questões relacionadas à atuação da fisioterapia na APS e um inquerido com levantamento de casos sensíveis a essa atuação na área de abrangência do agente. Para atingir os objetivos propostos, realizou-se dois estudos cuja intervenção foi a realização das oficinas de AM: I) Estudo de delineamento quase-experimental em um município de pequeno porte, com duas equipes de saúde da família e 13 ACS divididos em grupos intervenção (n=6) e controle (n=7); II) Um ensaio clínico randomizado em munícipio de médio porte, com 57 ACS, aleatorizados em grupos intervenção (n=28) e controle (n=29). Os resultados do estudo I revelaram diferença estatística na percepção de risco dos ACS dos grupos intervenção e controle na percepção dos casos envolvendo desordens musculoesqueléticas (p=0,032) e na identificação de casos de alterações infantis (p=0,012) após a participação nas oficinas de AM. No estudo II, e após o AM, houve diferença estatística entre os grupos intervenção e controle na percepção das desordens musculoesqueléticas (p=0,028), e quanto a demanda de encaminhamentos houve diferença estatística nos casos de alterações infantis (p<0,001), saúde do trabalhador (p=0,003), incontinência urinária (p=0,0012), risco de quedas (p=0,007), alterações vestibulares (p=0,002) e alterações venosas (p< 0,001). Com a realização do estudo observou-se aumento da percepção dos ACS sobre as condições de saúde sensíveis a intervenção do fisioterapeuta na APS e maior identificação dos usuários com condições a serem encaminhadas para a fisioterapia no nível primário. Os achados fornecem evidências da efetividade do AM do fisioterapeuta no primeiro nível de atenção à saúde como estratégia favorecedora da resolutividade da atenção.

This study investigated the effectiveness of the Matricial Support of the physical therapy professional, focusing on health conditions that are sensitive to physical therapy intervention in Primary Health Care. The study proposed thematic workshops involving concepts and practices of prevention, promotion and rehabilitation in the axes maternal and child health, adult health, elderly health and musculoskeletal disorders, containing health conditions of high prevalence in PHC such as low back pain, urinary incontinence, dizziness, among other situations likely to be found in the home visit of the CHA. The themes were organized in four face-to-face meetings (16 hours) and activities to be done at home (8 hours). Data collection instruments were used (pre and post-test) containing questions related to the role of physical therapy in PHC and an inquiry with a survey of sensitive cases in the agent's area of work. To achieve the proposed objectives, two studies were performed whose intervention was the implementation of MA workshops: I) Quasi-experimental study in a small city, with two family health teams and 13 CHWs divided into intervention (n=6) and control (n=7) groups; II) A randomized clinical trial in a medium size city, with 57 CHWs, randomized into intervention (n=28) and control (n=29) groups. The results of study I revealed a statistical difference in the risk perception of the CHWs of the intervention and control groups in the perception of cases involving musculoskeletal disorders (p=0.032) and in the identification of cases of childhood alterations (p=0.012) after participating in the MA workshops. In study II, and after the BMA, there was a statistical difference between the intervention and control groups in the perception of musculoskeletal disorders (p=0.028), and as for the demand for referrals there was a statistical difference in cases of childhood changes (p<0.001), occupational health (p=0.003), urinary incontinence (p=0.0012), risk of falls (p=0.007), vestibular changes (p=0.002) and venous changes (p< 0.001). With the study we observed an increase in the perception of CHWs about health conditions that are sensitive to intervention by the physical therapist in PHC and greater identification of users with conditions to be referred to physical therapy at the primary level. The findings provide evidence of the effectiveness of the physical therapist's MA in the first level of health care as a strategy that favors resoluteness of care.