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PPGCN
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Nutrição
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Práticas alimentares segundo o Guia Alimentar na pandemia da COVID-19 e fatores associados entre professores da educação básica de Minas Gerais

Discente de Mestrado
Amanda Palma Lopes

Titulado(a)
Defesa
Data: 13/09/2022
Horário: 14:00
Local: http://meet.google.com/cqt-yvyi-ctd
Status: Aprovada
Resumo
Nos dois primeiros anos da pandemia da COVID-19, devido à elevada contaminação do vírus, o distanciamento social foi indispensável. Nesse período ocorreram diversas modificações comportamentais nas pessoas. Para os professores, foi um período desafiador, visto o ensino presencial ter sido substituído pelo ensino remoto, e muitas vezes, sem o devido preparo para esta mudança. Assim, nesse período foi deflagrado novos comportamentos ou exacerbando outros pré-existentes, especialmente os que oferecem risco à saúde, como alterações psicológicas, sedentarismo e hábitos alimentares não saudáveis. Os hábitos alimentares não saudáveis estão em desacordo com o recomendado pelo Guia Alimentar para a população brasileira. Considerando esses aspectos, o presente estudo objetivou avaliar as práticas alimentares segundo o Guia Alimentar para a população brasileira em professores do ensino básico de Minas Gerais no segundo ano da pandemia da COVID-19. Trata-se de um estudo epidemiológico transversal do tipo Web Survey realizado com professores que atuam na educação básica (educação infantil, ensino fundamental e médio) da rede pública de ensino do estado de Minas Gerais. Este estudo é um recorte do Projeto ProfsMoc Etapa Minas Covid “Condições de saúde e trabalho entre professores (as) da rede estadual de ensino de Minas Gerais”. A pesquisa ocorreu entre outubro a dezembro do ano de 2021 e seguiu todos os preceitos éticos determinados pela Resolução nº466, com a aprovação do Comitê de Ética da Universidade Estadual de Montes Claros, mediante parecer consubstanciado nº 4.200.389/2020 e foi conduzido com autorização da secretaria estadual de ensino de Minas Gerais. Para o estudo foi utilizado questionário autoaplicável online no qual foi avaliado, dentre os aspectos, variáveis sociodemográficas, condições de trabalho, de saúde mental e de saúde e comportamento e práticas alimentares (24 itens; escore 0-72), baseada nas recomendações do Guia Alimentar brasileiro. Regressão de Poisson com variância robusta foi utilizada para determinar os fatores associados às práticas alimentares. Participaram do estudo 1.907 professores, dentre eles a maioria são mulheres (77,2%), vivem com companheiro/a (60,8%), tem pós-graduação (60,2%) e trabalhavam mais de 40 horas por semana (45,1%). Sobre as práticas alimentares, 50,9% apresentaram práticas alimentares saudáveis, 38,7% com necessidade de modificação e 10,4% inadequadas. Práticas alimentares não saudáveis mostraram-se associadas ao sexo masculino (RP=1,14; p- valor=0,016), a menor idade (RP=0,87; p-valor=0,004), ter jornada de trabalho superior a 40 horas semanais (RP=1,15; p-valor=0,042), apresentar transtornos mentais comuns (RP=1,52; p-valor=0,000), ter qualidade de sono ruim (RP=1,23; p-valor=0,000) e ser sedentário ou irregularmente ativo (RP=1,30; p-valor=0,000). Metade dos professores relataram práticas alimentares com necessidade de modificação ou inadequada, e estas associaram a variáveis importantes e modificáveis. Em relação à saúde mental, satisfação com trabalho e qualidade do sono, apesar da maioria não ter relatado problemas quanto a estas questões, um percentual elevado de professores apresentou escores alterados nos questionários, que sinaliza quadros indicativos de depressão, ansiedade, transtornos mentais comuns e qualidade de sono ruim. Esse resultado indica necessidade de um olhar mais cuidadoso com esses professores, especialmente nesse período de pandemia que exigiu resiliência dos professores diante de todas as adequações necessárias para o ensino remoto e híbrido.
Palavras-chave
Práticas Alimentares; Guia Alimentar; Professores; COVID-19; Educação alimentar; Política Nutricional
Abstract
In the first two years of the COVID-19 pandemic, due to the high contamination of the virus, social distancing was indispensable. During this period there were several behavioral changes in people. And for teachers, it was a challenging period, as face-to-face teaching was replaced by remote teaching, and often, teachers were not properly prepared for this change. Thus, in this period, new behaviors were triggered or exacerbated other pre-existing ones, especially those that pose a risk to health, such as psychological changes, sedentary lifestyle and dysfunctional eating habits. Dysfunctional eating habits are at odds with what is recommended by the food guide for the Brazilian population. Considering these aspects, the present study aimed to evaluate the food practices, according to the Food Guide for the Brazilian population, of teachers in the second year of the COVID-19 pandemic. This is a cross-sectional epidemiological study of the Web Survey type carried out with teachers who work in basic education (kindergarten, elementary and secondary education) in the public-school system in the state of Minas Gerais. This study is an excerpt from the ProfSCoorte Minas Project, Minas Covid Stage "Health and work conditions among teachers of the state education network of Minas Gerais". The research took place between October and December 2021. For the study, an online self-administered questionnaire was used, in which sociodemographic, behavioral, mental health and dietary practices variables were evaluated (24 items; score 0-72), based on the recommendations from the Brazilian food guide. Poisson regression with robust variance was used to determine factors associated with dietary practices. A total of 1907 professors participated in the study, among them most are women (77.2%), live with a partner (60.8%), have a graduate degree (60.2%) and work more than 40 hours a week (45.1%). Regarding dietary practices, 50.9% had healthy eating habits, 38.7% needed to be modified and 10.4% had inadequacy. In relation to mental health, job satisfaction and sleep quality, although most of them did not report problems regarding these issues, a high percentage of teachers presented altered scores in the questionnaires, which indicates conditions indicative of depression, anxiety, common mental disorders and bad sleep quality. The mean score on the food assessment scale was 41.7 points (SD=9.6), in which 50.9% had healthy eating habits, 38.7% needed to be modified and 10.4% had inadequacy. Unhealthy eating practices were associated with being male (PR=1.14; p-value=0.016), younger age (PR=0.87; p-value=0.004), working more than 40 hours weekly (PR=1.15; p-value=0.042), having common mental disorders (PR=1.52; p-value=0.000), having poor sleep quality (PR=1.23; p-value=0.000 ), and being sedentary or irregularly active (PR=1.30; p-value=0.000). Half of the teachers reported eating practices, according to the food guide, in need of modification or inadequate, and these were associated with important and modifiable variables. This result indicates the need for a more careful look at these teachers, especially in this period of pandemic that demanded resilience from teachers in the face of all the necessary adjustments for remote and hybrid teaching.
Keywords
Nutritional Survey; Dietary guideline; Teachers; COVID-19, Nutrition Policy; Nutrition education
Banca: 3 integrantes
paulo-de-souza-costa-sobrinho
Presidente
PAULO DE SOUZA COSTA SOBRINHO
Participante externo
Aline Elizabeth da Silva Miranda
Participante externo
Lucinéia de Pinho